GUIA e DICAS para o próximo concurso do MPF - 30CPR - Procurador(a) da República

 Quero auxiliar mais os que pretendem ingressar na carreira do MPF. Vejo que muita gente se assusta com a prova do MPF e, assim, acaba fazendo um estudo meramente doutrinário e chega na hora da prova e ou não termina a prova ou não conseguiu ver suas fraquezas (no sentido de matérias em que você pontua menos) ou pontos do edital.

Assim, vou dar umas dicas iniciais para quem quer se preparar para o 30CPR (o boato é de que o edital sairá neste ano de 2020, mas a prova seria no primeiro semestre de 2021).

I. PONTOS FRACOS.

Primeiro: Faça as provas anteriores. Se possível, todas! Após fazer cada uma, faça uma tabela com o quanto você pontuou em cada matéria.

 Exemplo:

29CPR. Constitucional - 04

28CPR. Constitucional - 08

27CPR. Constitucional - 06

Você só conseguirá ver o seu ponto fraco na prova do MPF depois de umas três ou quatro provas feitas. Assim, você saberá uma média de pontos de cada matéria.

E por que isso? Porque, dessa forma, você verá como deve se sair em cada grupo. A objetiva do MPF requer um mínimo de pontuação em cada grupo. Logo, de nada adianta se matar de estudar Direitos Humanos se você é excelente em Direito Constitucional e em Direito Eleitoral (Grupo I), mas ruim em Direito Penal (Grupo IV). 

Após isso, comece a estudar pelos seus pontos fracos neste momento inicial. Temos quase 1 ano mais ou menos até a prova objetiva. Portanto, tire alguns meses iniciais para fazer um estudo semanal equilibrado entre matérias em que você pontua bem e em outras em que você pontua mal, preponderando estas.

II. REVISÕES

Inexiste uma maneira correta e a todos aplicável sobre de que forma as revisões devem ser feitas. Eu achava já uma paranoia quem falava que estudava X horas líquidas. Horas estudadas são horas estudadas e pronto.

Você será procurador(a) da República, veja você o que melhor se aplica a você. Tenha independência das regras impostas por outros e até as que eu falo aqui. Quanto às revisões, faça provas, estabeleça seu próprio cronograma de revisões da forma que melhor lhe apraz.

Acredito que a única regra que posso falar seria: revise por meio de questões e provas, treine sempre!

III. A TEMIDA SEGUNDA FASE

A segunda fase do MPF é cansativa, dura 04 dias e poderá exigir peças judiciais e pareceres que, talvez, você não tenha feito anteriormente.

Quando eu estudava para concurso, também estudava para magistratura federal. Desde o primeiro mês em que comecei estudar eu me matriculei em um curso de sentenças. Para o concurso do MPF, eu tinha sido assessor de Procuradora da República, então algumas peças eu sabia fazer.

Mas por qual motivo digo isso? Temos que já nos preparar para a segunda fase?

Talvez! No entanto, aqui, minha dica é: faça as segundas fases do MPF, pois os temas se repetem e caem na primeira fase.

Um exemplo: Em Direitos Humanos, percebi um padrão entre o que tinha sido cobrado na prova oral do 27 vinha como subjetiva no 28CPR e depois até novamente na objetiva do 29 e subjetiva. Assim,  fazer as provas da segunda fase aumentam suas chances de os temas que caírem na objetiva você ter revisto.

Ademais, para quem nunca fez nenhuma peça ministerial, isso diminui o medo de chegar na segunda fase e estudar em menos de 02 meses como fazer uma inicial de ação civil pública.

IV. TREINE A PROVA

No concurso de minha aprovação (28CPR), lembro-me que sentei na cadeira e, quando o fiscal falou que podíamos abrir as provas, vi muita gente abrindo a prova na primeira página e já começando a fazer a prova. Eu tomei um tempo e, por intuição, decidi ir para o Grupo IV, que era o meu ponto fraco no concurso do MPF.

Dito e feito! O examinador Fischer tinha feito questões que cabiam em uma página inteira, eram extensas. Contudo, além de eu saber mais processo penal do que penal, as questões não eram difíceis. Eram isso: somente questões extensas. Bastava analisá-las com cuidado e ver que não eram de dificuldade grave. Consegui fazer todas e ainda ter a mente "fresca" para Direito Penal, matéria ponto fraco minha. Depois que fui passar para os demais grupos.

Na saída da prova, um amigo me contou que não tinha terminado a prova. Não conseguiu ler todas as de Processo Penal, já que extensas. Lembro-me que ele falou: eu deveria ter treinado em casa fazer a prova no tempo certo.

E isso eu fazia. Ao menos algumas vezes por mês eu tirava uma manhã para treinar, com relógio, a duração de uma prova inteira que eu faria, seja ela de TRF ou do MPF. As provas anteriores do MPF eu tinha tanto revisado por matérias quanto, também, sentado e feito em 4 horas cada uma. Talvez por isso minha intuição me fez ver a prova antes de já começar a fazer desde a questão um.

Desse modo, treinem! Vejam a prova em uma simulação próxima de como será no dia real.

V. A BANCA EXAMINADORA

Quando sair o edital, vocês terão que minuciosamente conferir o que mudou, mas o mais importante é: vejam quem estará na Banca Examinadora.

Isso porque a querida Duprat se aposentou. Talvez Direito Constitucional mude. Há rumores de mudança de examinador em Direitos Humanos. Assim, talvez algumas das dicas de bibliografia mudem um pouco (dicas aqui), mas o concurso do MPF ainda manter-se-á nessa exigência de sempre. Só ver que, mesmo com as mudanças de bancas anteriores, o concurso continuou sendo difícil. Assim, a DICA I se mantém, já que você estudará com foco na solução dos seus pontos fracos.

Acredito que, para quem está perdido em começar, essas dicas iniciais já ajudarão um pouco. Fico disponível nos comentários, respondo todos.

Abraço e bons estudos.